Buracão: cachoeira de 70 metros localizada perto do município de Ibicoara, no sul da Chapada. Fomos para Ibicoara, já que é quase impossível ir sem guia pela primeira vez, pois não tem sinalização nenhuma no caminho para o Buracão. Passamos na Associação de Guias Bicho do Mato, contratamos uma guia por 75 reais: a Oze, que se chama Oziene, e que Ana a chamou o dia inteiro de Zô. Lá fomos nós quatro para a cachoeira. Uma hora em estrada de chão ruim de carro, pagando 3 reais por pessoa. Lá dentro, são 3 km de ida, e 3 de volta. As trilhas, no início são de nível fácil, mas depois ficam difíceis. Temos que descer e subir pedras e ultrapassar obstáculos. Passamos pelo Rio Espalhado, que acompanha quase todo o caminho, pela cachoeira Orquídea da Serra – que se diz o melhor banho da região, pela cachoeira Recanto Verde – que não pode tomar banho, em vista à preservação. Finalmente chegamos em um cânion, a partir temos duas opções de caminho: pela água ou escalando as paredes de pedra. Optamos pela água. Podíamos pular – 4 metros - ou descer pela quedinha d'água. Junior logo deu um mergulho de Tarzan, achando-se estiloso. Quando caiu na água, ficou pálido de frio. Ana ficou se decidindo, com medo de pular. Acabou desistindo, mas Mari incentivada por Junior, pulou e gritou. Ana, que não queria ser a única a não pular, acabou se rendendo. A água é muito gelada e tem cor de coca-cola. A guia nos jogou os coletes salva-vidas, e seguimos pelo corredor de água com paredes imensas de pedra sedimentada. Chegamos, enfim, ao cenário Senhor dos Anéis que queríamos ver. Entendendo o nome Buracão, a cachoeira fica em um buraco enorme cercado de paredões enormes de pedras por todos os lados. A cachoeira, apesar de não estar em sua melhor forma pelo período da estiagem, é linda, maravilhosa, inigualável. Fomos até debaixo dela, onde recebemos um super jato de água constante. Até que Mari e Ana sentiram-se afogadas pela constância da água muito forte na cara e todos resolveram pular. Junior pulou primeiro, Mari pulou desengonçadamente, porque escorregou da pedra na hora de pular e Ana ficou apavorada. Oze ensinou à ela como se pula certo: na pontinha da pedra, com os dedos dobrados. Todos em água, fomos abraçados e batendo os pés, pensando sobre Senhor dos Anéis (Junior Boromir que se diz Aragorn, Mamãe que se diz Arwen - que não é aventureira fica só meditando entre as árvores - Mari hobbit – apesar dela não concordar pelos pés peludos - e Oze guia Smeagol.) Tomamos sol nas pedras, aproveitando o cenário e depois voltamos pelo caminho das paredes de pedras. Lá chegando, fizemos a nossa refeição. Ana comeu as lembas (como apelidamos as famosas bolachas de arroz isopor Name) e ofereceu à Oze, que até gostou – ou estava sendo educada. Voltamos. Mas a volta não ocorreu sem emoções... Ana, que estava com seu tênis de corrida urbana, não com sua bota trekking aventureira presentada por Junior e de mochila, caiu e torceu o pé direito. Foi um Deus-nos-acuda. Oze fez uma massagem e imobilizou o pé de Ana com ataduras. Sem antes Junior dizer: a viagem acabou aqui. Não acabou. Continuamos com Ana, que não se deixa abater, porém meio manca. Chegamos até o carro, vimos o banheiro seco, e Mari até bateu a cabeça no trinco. Banheiro seco: tecnologia ecologicamente correta sem desperdício de água em que a descarga é uma concha de serragem e uma de cal para virar adubo depois. Na volta, paramos em um mirante para ver o Campo Redondo. Neste lugar, segundo Oze, moram ufólogos que estudam os ets naquela região. Oze diz que nunca viu nada, mas que o povo diz ver. Nós vimos os círculos no solo – em que não cresce outra vegetação – no caminho de Ibicoara para Mucugê. Para subir no mirante, Junior empurrou Mari para subir na pedra, e esta bateu o joelho, ralando-o. Machucados e cansados, voltamos para Mucugê.
Mucugê noite: comemos uma pizza na Mama, que é ucraniana, e faz uma pizza deliciosa – fininha e crocante. Ana e Junior foram ao hospital de Mucugê, demoraram para o encontrar numa cidade de 4 mil habitantes. Fomos recebidos pelo Dr. Marcelo que examinou o pé de Ana e prescreveu uma injeção anti-inflamatória extremamente doída. Ana saiu reclamando de muita dor com o pé inchado. Fomos para a pousada, descansar para seguir viagem no dia seguinte em direção ao norte da Chapada.
oze, mãe e jr na trilha
querendo voar no rio espalhado
rio espalhado
Boromir
cachoeira do Buracão
Ana pulando
buracão visto de cima
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