domingo, 20 de junho de 2010

Oitavo Dia de Viagem

Rio das Contas (cachoeira do Fraga): acordamos, tomamos café da manhã na Pousada Flamboyant, aproveitando as tapiocas - lembrando que Ana ama comidas típicas. Seguimos para o Pouso dos Creoulos, conhecemos Fernando. Ele nos deu instruções para conhecer a Cachoeira do Fraga. Compramos pimenta (do Junior!!), chapéu, sabonete, guia da Chapada. Seguimos a pé para a cachoeira. Resolvemos ir pelo caminho da barragem, que era mais curto, porém mais difícil, cheio de pedras, riachos e matos. Depois de 3 km, chegamos e aproveitamos a cachoeira, tirando fotos da sua queda média (a maior não dava para tirar foto, pois estavamos em cima dela), que é muito extensa e bonita. Mas só nadamos lá em cima, onde tem umas quedinhas, pois achamos que a cachoeira maior era perigosa por causa da correnteza. Nadamos e depois nos informamos com o rapaz que trabalha no bar de lá sobre a Estrada Real. Resolvemos encarar o desafio de 6km de descida.
Estrada Real: Estrada que foi construída pelos escravos, a mando da Coroa portuguesa. É uma trilha apertada - só passa pedestre - cheia de mato, riachinhos e praticamente de pedra (não, não pedras perfeitamente colocadas! haha). Dica de Mari: só no fim da estrada fui descobrir um método de andar rápido naquela trilha, já que estava sempre bem atrás. Como tenho as pernas mais curtas da família, explico para aqueles que sofrem do mesmo mal: não pensa-se em andar pelas pedras, e sim em saltar. Não se deve ter medo, apenas o necessário para não cair, e para ajudar é bom ter um apoio (no nosso caso, um galho de uma árvore encontrado no caminho) que dá uma sensação de segurança, apesar de não tão confiável. Assim, deve-se abrir as pernas ao máximo, pisando nas maiores pedras. Pronto! Depois de toda essa caminhada difícil e técnica, chegamos a uma bifurcação em uma estrada de terra. Sem nenhuma placa, seguimos para a esquerda e demos na Rodovia que liga Rio das Contas e Livramento de Nossa Senhora. Vimos a cachoeira do rio Brumado de longe, só mais tarde descobrimos que deveríamos ter virado à direita para chegar lá. São 4 quedas de 70 metros. Mas já era 4 e meia da tarde, e aqui na Bahia escurece cedo. Tentamos pedir carona, andando muito cansados para Rio das Contas, pela rodovia. Depois que uma mulher passou sozinha e nem olhou para a gente, desistimos. Chegando finalmente em Livramento, andando MAIS cerca de 6km, ficamos sabendo que a rodoviária (para pegar onibus para Rio das Contas) ficava a 4 km - e advinha, a cidade nem tem ônibus circular! Então Júnior pegou um Mototáxi para pegarmos Mari e Ana em Livramento com o carro depois. As histórias agora se separam, as duas engraçadas.
Mari e Ana: não achamos padaria, tudo muito longe. Conversamos com um velhinho que disse para ficarmos pra São João. Aqui na Bahia, a festa de São João é mais tradicional, as pessoas acendem fogueira em frente de casa, as cidades se enchem de bandeirinhas - esse ano, quase todoas verdes e amarelas -, decorações caipiras e de gente de todo lugar. Paramos mesmo num boteco de esquina, chamado Primeiro Gole. Pérola de Ana: no BOTECO... primeiro perguntou se tinha suco. Ele disse que não. Perguntou se tinha coca zero. Não. Qualquer coisa light? Não, só H2OH, senhora. Hum... H2OH não quero. E água com gás? Não, também senhora. Só temos cerveja e coca. Mari diz: me vê uma coca. Ana diz: me vê uma água também. E ainda, não satisfeita, depois: e Mate Couro tem? Que é isso, dona? Ana ri. Mate Couro a gente tomou em Januária. Ela explica: é um refri desses meio populares, tipo Tubaína, mas é feito de ervas. Mari não se aguenta de riso mais. Ele pergunta: cê é de São Paulo? A gente ri. Mari diz: mãe, você tá num buteco chamado Primeiro Gole! Ela responde: eu acho que a Bahia é um monte de lugar com sucos típicos, iguarias... Rimos muito. Aventura de Junior: pegou Moto Táxi com um cara meio chapado com uma moto furreca. Começou a subir a serra, em momentos que era mais rápido ir a pé do que com a moto. Cada navalhada que ele dava, ele tinha uma explicação sem lógica. Parou no meio da estrada, Junior morrendo de pressa, e ele diz "cê viu que roubaram a cabeça de índio?" e começou a explicar sobre Zafir. Zafir é um cara que vê coisas que ninguém vê, por isso pinta o que vê, inclusive a cabeça do índio. O cara do moto táxi estava indiginado, dizendo que era patrimônio cultural. Junior adiantou o cara, para vir nos buscarmos.
Finalmente chegamos em casa. Tomamos banho e fomos no Pouso dos Creoulos.
Igreja de Sant'Ana: igreja toda de pedra, pedra sobre pedra literalmente. Linda. Fernando nos abriu ela. A igreja não funciona mais regurlamente, só com reservas, mas vale a pena conferir. 
Mari ainda pegou o livro de Abril Despedaçado, já que Rio das Contas foi uma das cidades que participou da filmagem, e Fernando ajudou muito na produção, ganhando o livro depois. (Agradeço muito o livro que engoli de noite e de manhã, mesmo cansada.)

cachoeira do Fraga
 Estrada Real
 paisagem da Estrada
fim da Estrada Real, finalmente!!
igreja de Sant'Ana
pimentas do Fernando (Junior as ama, haha)


3 comentários:

  1. Coca Zero? Mate? Água com gás? Só falta a Ana ter pedido chá orgânico e salgadinho integral!!!! kkkkkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir
  2. Nossa, que pimentas mais lindassss, bom a Ana sempre alegrando o mundo!!!!

    ResponderExcluir
  3. Agora que consegui ficar "sócia" no blog, só comentários inteligentes, perspicases (será que está certo esse bicho, rsrsrsrsr), Mari, será que é com ZZZZZ....bjoosss

    ResponderExcluir