segunda-feira, 28 de junho de 2010

Décimo Segundo de Viagem - noite

Saímos da Chapada às 14 horas em direção ao litoral sul da Bahia. Na intenção de cortar caminhos para não passar em Feira de Santana, pegamos uma estrada de Iaçu até Milagres. Nos demos mal. A estrada, que no guia rodoviário constava como asfaltada, era um asfalto terrível, que se fosse de terra seria melhor. Para salvar a noite, vimos rapidamente uma raposa e um veado campeiro atravessando a estrada. Finalmente, com muito esforço e com atrasado de 2 horas, chegamos à BR-116. Seguimos em direção ao Sul, passando pelo curioso Povoado do km 100. Sim, o nome da cidade é este: Povoado do km 100. Ana elaborou uma teoria para este nome, já que achávamos um absurdo esta falta de criatividade, dizendo que todo mundo falava “ah, vô lá na tia que mora ali no povoado do km 100” e foi ficando, até virar domínio popular. Paramos em Itiruçu em um posto de gasolina, tomamos café e comemos um horrível salgado. Para variar, a festa de São João estava rolando a mil, e não tinha vagas no hotel da cidade. Seguindo caminho, fomos atentos no rádio, escutando as notícias regionais sobre as festas São João, para escolher a que tinha menos badalação. Passamos longe de Jaguaquara, que rolava DUAS grandes festas na cidade, uma no entroncamento e outra no centro, em um São João animadíssimo. Escolhemos Jequié, a maior cidade do trajeto, porém não tão badalada.
Jequié: chegamos às 22 horas. Para variar, procuramos vagas nos hotéis, e só achamos no Hotel Rio Branco (segundo o slogan: a estrela aqui é você). Preço razoável, quarto até que legal, chuveiros por energia solar (este banho e o do Camping tão ganhando de melhores até agora). Enquanto Junior procurava hotel, chegou um velhinho que limpava os vidros dos carros estacionados conversar com Mari e Ana. Ele disse “ vai ter Roberto Gil ali embaixo”. Ana perguntou “quem? Roberto Gil?” Ele respondeu “é, o Ministro...” A gente não acreditou. Depois, olhando a programação ficamos sabendo que Gilberto Gil vai tocar no sábado. Saímos para, maldizendo nossa boca, o São João procurar comida. Era uma festa na praça, até que tranquila, com um show de forró. Junior estava indignado porque na Bahia só tem Skol e Nova Schin, e ele gosta de no mínimo uma Antartica para cima. Está se contentando com a Skol, para não ficar de bico seco. Ana e Mari comeram crepe suiço, Junior panqueca, crepe e acarajé. Estavamos sentados na mesma mesa que um senhor e um caminhoneiro, por falta de mesas. Ana, achando que eram simpáticos, puxou papo. O senhor, que parecia o Zeca Diabo misturado com o Sinhosinho Mauta (baixinho, gordinho, feio, chapéu de boiadeiro, óculos com armação dourada, pulseira grossa de ouro, relógio de ouro, colar de ouro, anel de ouro... enfim Sinhosinho total) começou a falar sem parar. Falou da “onça” (sua ex mulher), dos políticos da família e da matança (“se mexer com primo meu, eu mesmo vo lá e mato”). O caminhoneiro, quando consultado sobre caminhos, apenas disse “eu conheço esse Brasilzão todo”. Saímos quando pudemos e encerramos a noite com três churros. Dormimos.

 Jequié

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