segunda-feira, 28 de junho de 2010

Décimo Segundo Dia de Viagem - Adeus, Chapada

Acordamos às 7 horas da manhã, tomamos o último café-da-manhã na pousada Recanto da Chapada. Antes de pegarmos estrada passamos pelo cemitério bizantino Santa Izabel. Este cemitério fica sobre as pedras e segundo Tony só existem dois assim no mundo. O mais bonito é à noite, quando ilumina-se as tumbas brancas que refletem a luz. Foi cenário de Abril Despedaçado. Seguimos viagem. Não paramos em Igatu, cidade turística toda de pedra que foi cenário do filme Besouro. Paramos só em Andaraí e compramos pilhas, tomamos água de coco e Junior tomou sorvete de tapioca. Seguimos para Lençóis – capital turística da Chapada.
Lençóis: cidade em estilo colonial preservada em que se concentra a maior estrutura turística, incluindo hotelaria, restaurantes e ecoturismo. Mesmo assim, não encontramos pousadas acessíveis, até porque a maioria estava lotada por causa do São João, e as que tinham vagas, cobravam preços absurdos. Tomamos cerveja e almoçamos. Resolvemos ficar em Iraquara, a cidade das grutas, bem ao norte da Chapada. Antes de seguir, demos uma volta por Lençóis e tomamos sorvetes típicos (graviola, mangaba, cajá, acerola). Fomos embora em direção à Iraquara.
Iraquara: cidade pequena e não conservada no estilo colonial como todas as outras que passamos. Tínhamos ligado para a pousada das Grutas, porém não gostamos quando vimos sua fachada – ela realmente parecia uma gruta com janelas pequeníssimas e retangulares. Resolvemos nos hospedar na pousada Recanto do Major, situada na fazenda Pratinha – onde existe o rio Pratinha, a gruta da Pratinha e a Gruta Azul. Passamos no caminho por um povoadinho de Santa Rita, muito bonitinho. Nos hospedamos. Mari e Ana viram uns 15 macaquinhos na árvores e uns pássaros laranjas e amarelos muito bonitos.
Noite do terror: o quarto da pousada Recanto do Major era esquisito, com as camas apertadas de costas para a janela. O banheiro estava sujo, com estalactites na parede do banheiro. Os edredons cheirando fortemente à naftalina – depois encontramos a bendita lá no armário. O lugar era longe de tudo e dependíamos da infra-estrutura da pousada, coisa que não existia. O lanche era ruim e caro. O café da manhã era horrível, eleito o pior café da manhã da Chapada. A pousada foi a mais cara e a pior de toda a viagem. Resolvemos sair na manhã seguinte, aproveitando apenas estar dentro da fazenda Pratinha e ver o que havia lá dentro. Junior ao encontrar o dono, que lhe deu bom dia, ele respondeu “péssimo.” Depois, meteu a boca em tudo de ruim da pousada.
Pratinha: o dia amanheceu nublado, por isso não aproveitamos tanto. Mesmo assim, a gruta da pratinha é linda, sua água é azulada e tem muitos peixinhos. O rio também é muito bonito, ótimo para banho, tem tirolesa (paga). O que estraga são as cadeiras de plástico na beira do rio junto do bar – nada a ver com o lugar. O mais divertido são os patos, que descobrimos ser criaturas engraçadíssimas – o líder ficava com uma pata no chão e outra levantada, depois alguns foram dormir com a cabeça virada para trás e três ficaram de vigília, ás vezes, eles grunhiam para o céu, pouco a pouco os vigias foram dormindo, um deles dormiu de pé, com a cabeça virada para trás, e o líder, resistindo, dava umas pescadas de sono.
Pensando no que fazer, resolvemos ir para a gruta da Torrinha. Havia também Lapa Doce, porém o guia da Chapada glorificava a Torrinha – e com razão.
Gruta da Torrinha: o acesso é perto, sinalizado e não tão ruim, apesar de ser estrada de terra. Lá o dono, Eduardo, explica o passeio e seus 3 roteiros. O roteiro 1 estava impedido, por isso fizemos o roteiro completo (2 e 3). O preço foi 18 reais/pessoa. Recebemos capacete (casquete) e pegamos nossas lanternas. Nosso guia era o Tiago. E adentramos pela Minas Tirith de Gimli. Fizemos uma exploração de 2 horas e meia (4 km, 2 de ida, 2 de volta) conhecendo as formações mais interessantes. Antes, corria um lençol freático pela gruta. Além das foramções normais de grutas, como estalactites e estalagmites, existiam outras, como:
Elictite – como estalactite, porém desafia a lei da gravidade porque se forma para todos os lados.

Flores de aragonite – uma das mais impressionantes, por causa da forte pressão, formam-se flores de cálcario.

Agulhas de gipsita – nascem do solo, são agulhinhas que parecem ser de cristais, bem finas e pequenas, aos montes (não tem explicação para sua formação).
Bolha de calcário com flor de aragonite – bolha estourada que dentro forma-se a flor.

Vulcões de argila – a água da chuva carrega, além de calcário, materiais grossos como terra e areia, que caíram num extinto lago formando pequenos vulcões.

Flor de aragonite numa electite – formação única no mundo, que não tem explicação.

Estalactites em forma de dente, gasparzinho e enormes colunas.

É considerada a caverna mais completa do Brasil, e vale um passeio.
Saímos umas 14h da tarde, todos sujos. Procurando comida e banho (sem pagar para isso), paramos num balneário do Rio Mucugezinho entre o Pai Inácio e Lençóis. Era um poço, com água muito gostosa e até com uma quedinha massagista. Depois do bom banho, comemos no restaurante de cima um PF de 10 reais bem servido. Seguimos viagem, nos despedindo da Chapada nesta viagem.
lago da pratinha


peixes na gruta da pratinha

gruta da pratinha
Junior na entrada da Torrinha
estalactites e estalagmites
estalactites de calcário, branquinhas

observando a estalactite-peruca

depois de 1 minuto em escuridão total

na passagem da francesa, pouco sujas

Conclusão da Chapada: lugar maravilhoso e único, que toda pessoa deveria conhecer. Porém, para quem não gosta de agitação e não tem muito dinheiro, deve-se evitar a alta temporada e no final de junho (por causa do feriado baiano de São João, que atrapalhou muito nossa viagem). As belezas naturais são cobradas com preços elevados, por serem dentro de propriedades particulares que são autorizadas pelo Ibama. Já outras, como o Buracão e a Fumaça, apesar de não ser caro, é necessário contratar um guia – que nunca é muito barato (diária média de 75 a 100 reais). É preciso saber conversar e pechinchar os preços. Voltaremos mais preparados para a travessia do Vale do Pati e outros lugares como a cachoeira da Fumaça, Fumacinha, Lapa Doce, cidades Igatu e Vale do Capão.

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